segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Arrasto mole o corpo sobre o pesar da minha alma
Acendo uma ténue chama para acalmar do desespero que emana dos meus olhos, não habituados a tanta escuridão.
Sôfrega, a dança do lume tende a enebriar-me os sentidos quando lhe aproximo a ponta do meu cigarro
E com o primeiro bafo, já desacostumado e ainda estranhamente familiar, sinto-me como se a calçada me pudesse engolir inteira se assim o desejasse
Já não anseio por coisas banais como tabaco e café.
A sua necessidade era há algum tempo como que um apêndice ao meu próprio corpo.
Necessitava do "sentir boémio" para me sentir "pertença" nalgum sítio, mais não fosse na minha própria solidão egoísta.
Há situações, epifanias que me transportam para um eu desconhecido.
Aquele eu que tantas vezes teimei em abafar na almofada chorosa do meu sono.
Aquele eu que já me preencheu um dia, mas que hoje simplesmente se revela fraco e vazio.
Sinto-me um livro de contos inacabados.

2 comentários:

Maria disse...

Deixaste-me com um sorriso, Vanessa.
Há tanto tempo... : )

Vou acompanhar-te também agora.

Maria,

***

Anónimo disse...

Lindo, Lindo, Lindo...

Parabens por estas lindas frases!
És ca das minhas , gostas de textos bonitos, mas com a diferença que eu nao os sei escrever, limito me a le los......

Beijinhos